Manifesto grupo NÃO USAMOS MÁSCARAS
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Manifesto grupo NÃO USAMOS MÁSCARAS

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MANIFESTO DO GRUPO “NÃO USAMOS MÁSCARAS”

EM DEFESA DA DEMOCRACIA E LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Somos professores, estudantes e técnicos-administrativos, da UFU e de fora dela, militantes de movimentos sociais ou partidos de esquerda e centro-esquerda. Unifica-nos a compreensão de que é preciso intervir na conjuntura política, dada sua riqueza de possibilidades, mas igualmente em função de riscos de retrocessos e guinada à direita nela presentes. 

Temos identidade, temos história, não estivemos inertes nesses anos todos, buscamos ocupar todos os espaços como oportunidades para, criticamente, debater a cena política e seus bastidores. Por isso nos apresentamos como grupo Não usamos máscaras.

As manifestações de rua que se realizam há semanas são portadoras de uma pauta inicial de caráter progressista, cujos pontos centrais são a resistência contra reajustes de tarifas no transporte coletivo e a luta pelo passe livre. Esta luta, liderada hoje pelo MPL – Movimento Passe Livre (mas que remonta à Constituinte de 1986), possui um grande potencial de alterar vários aspectos decisivos na vida econômica e política no país. 

A luta pelo passe livre é muito relevante porque se refere a temas como a mobilidade urbana, a inaceitável condição em que se encontra o transporte coletivo (ao invés de serviço público é tratado como fronteira de acumulação capitalista), o modelo individual de transporte e a questão ambiental, devendo ser visto como verdadeiro “fio da meada”.

Dentre muitas bandeiras progressistas nessas manifestações, surgiram críticas ao modelo de realização da Copa do Mundo pelo que ela representa, sobretudo quanto à remoção de populações e reconfiguração do espaço urbano pela especulação imobiliária. 

Reconhecemos igualmente que o sistema político está sob legítimo questionamento, dado que este é, naquilo que interessa à maioria da população, moroso, refratário à participação política direta e ineficaz, embora, aqui, sustentamos que os últimos anos (2003 a 2013) significaram melhoria de vida para amplos setores das classes trabalhadoras, mesmo que aquém do horizonte pelo qual lutamos.

Se estas são as dimensões positivas das manifestações, e que foram, inicialmente, duramente reprimidas pelas PMs em todo o país e desqualificadas pela maior parte dos meios de comunicação social, o que se estabeleceu poucos dias após seu início foi uma mudança no tratamento dispensado por esses meios.  A cobertura midiática viveu um “transformismo político”, absolutamente comprometido com dois objetivos: 1) esvaziar aquele potencial progressista, colocando em seu lugar uma palavra de ordem difusa e moralista (“combate à corrupção”), típica de setores da classe média e da burguesia; 2) capitalizar a insatisfação dos manifestantes para que sua direção política fosse desviada para horizontes golpistas contra a democracia e em relação ao atendimento de interesses materiais das classes trabalhadoras, notadamente aos segmentos de menor renda mensal.

Nesse contexto, símbolos, palavras de ordem e práticas fascistas foram e são vistos nas manifestações que, sob tal aspecto, não têm nada de pacíficas, apresentando-se como grupos que precisam se esconder por trás de máscaras, pois seus objetivos não podem vir à luz do dia, incluindo notas de clubes militares, lemas e ameaças conservadoras, intolerância e agressividade a partidos e movimentos sociais do campo de esquerda, resumindo-se num antipartidarismo, que coloca em risco as instituições democráticas.

Esses grupos minoritários são golpistas, razão pela qual repudiamos suas práticas e ideologia antipartidária, dado seu conteúdo fascista e antidemocrático. Na verdade, eles são um partido, um movimento de ideias, que visa se impor pela força bruta e pela supressão de liberdades e direitos políticos arduamente reconquistados. 

Golpistas com outras perspectivas apresentam-se também como uma séria ameaça à vontade popular que se expressou pelas urnas, democraticamente. Temos, sim, críticas a certas escolhas e rumos do atual governo, mas vemos nesses grupos uma afronta à democracia política e uma ameaça às organizações civis.

Entendemos que é preciso debater o atual momento político, analisar o que significa a composição social que predomina nessas manifestações (que não são majoritariamente das classes trabalhadoras e seus instrumentos de organização e mobilização) e refletir sobre a combinação entre meio (redes sociais) e conteúdo do que nelas é veiculado. 

O convite está feito e a oportunidade está dada. Parte do que virá passa agora pelas nossas mãos e escolhas. É preciso reocupar as praças e ruas, republicizar os espaços, reconquistar e reconfigurar a política em favor de um futuro cada vez mais includente. Que em nossos espaços de intervenção (partidos, sindicatos, movimentos sociais, coletivos, organizações da sociedade civil, locais de trabalho, nas igrejas e grupos de afinidades dos quais participamos) possamos nos organizar, buscar entender a atual conjuntura. Mais, que sejamos capazes de propor ações que façam do nosso cotidiano uma trincheira contra quaisquer riscos de retrocessos políticos. Que nossas vozes possam impedir que ganhe força o canto de uma nota só entoado pelos setores conservadores de nosso país.

 Quanto a nós, continuaremos a agir, com todas as linguagens e meios, para que permaneçamos atentos, a fim de impedir que monstros ditatoriais de quaisquer espécies sejam acordados.

Pela defesa da democracia!

Por avanços na participação política direta!

Pelo passe livre a todos e em todo o Brasil!

Pela liberdade de expressão e organização política!

Por um Estado laico e pelo fim da sacralização da política!


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1. Afonso Celso Lana Leite – professor do Instituto de Artes (UFU) 2. Alcino Eduardo Bonella – professor do Instituto de Filosofia (UFU) 3. Alecilda Oliveira - Presidenta da UJS Uberlândia 4. Ana Maria Said – professora do Instituto de Filosofia (UFU) 5. Cristhian Lima – professor de Sociologia e Antropologia (CESUC – Catalão) 6. Dayana Ferreira de Sousa - estudante do curso de Filosofia (UFU) 7. Diego Henrique Moreira - estudante do Curso de Geografia, Coordenador de assistência estudantil DCE UFU, UJS, PCdoB 8. Dim Cabral – militante do MTL 9. Edilson José Graciolli – professor de Ciência Política e Sociologia (UFU) 10. Gabriel Humberto Muñoz Palafox – profesor de Educação Física (UFU) 11. Gislene Alves do Amaral – professora de Educação Física (UFU) 12. Gustavo Aires Tiago – estudante secundarista 13. Haroldo de Resende - professor da Faculdade de Educação (UFU) 14. Janaina Bento Silva – estudante secundarista 15. Luiz Carlos Avelino da Silva - jornalista, psicólogo e professor do IP.UFU, ex-diretor de cultura e ex-presidente da Comissão Diretora da ADUFU 16. Luiz Paulo de Melo Costa Luiz - membro da Comissão Política do PCdoB - Uberlândia 17. Maria Socorro Ramos Militão - professora de Filosofia Política do Instituto de Filosofia (UFU) 18. Matheus Araujo de Andrade Costa – estudante secudarista e militante do Coletivo Vamos à luta/PSOL 19. Max Pereira Ziller - Coordenador Geral do DCE UFU "Quem vem com tudo não cansa" 20. Nasser de Freitas Pena - estudante de Odontologia (UFU) e militante da UJS e PCdoB 21. Rodolfo Costa Teixeira – estudante de Filosofia (UFU) 22. Sidartha Sória e Silva – professor do Instituto de Ciências Sociais (UFU) 23. Talmeide Eustáquio Sampaio (Tata) - Presidente do PCdoB Uberlândia 24. Yaska Antunes - professora do Curso de Teatro/UFU

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