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A Comunidade Portuguesa no Reino Unido Contra a Troika

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A COMUNIDADE PORTUGUESA NO REINO UNIDO CONTRA A TROIKA


ABAIXO-ASSINADO

A/C do Ex.mo Senhor Embaixador de Portugal em Londres, Dr. João de Vallera,

A/C dos Ex.mos Senhores Cônsules-Honorários de Portugal no Reino Unido, Dr.s Tiago Pires de Lima, James H. Rust e Carlos Jorge Santos Costa,

As históricas manifestações sob o lema "Que Se Lixe a Troika" que tiveram lugar no passado dia 15 de Setembro de 2012 em Portugal e em diversas cidades onde há emigrantes portugueses não podem deixar ninguém indiferente. Estes protestos extravasaram fronteiras, com manifestações e concentrações organizadas em diversas cidades Europeias e não só, por Comunidades Portuguesas e seus simpatizantes. Entre elas esteve, como bem saberá Vossa Excelência o Senhor Embaixador, o protesto realizado à Porta da Embaixada de Portugal em Londres.

As razões da nossa indignação foram exacerbadas pelas últimas decisões de aumentar a fatura fiscal dos trabalhadores e reduzir os encargos sociais dos patrões. Esta foi uma conjugação de medidas particularmente revoltante pois segundo a maioria das opiniões independentes agrava a já difícil situação social do nosso país sem contribuir para a resolução dos problemas de tesouraria do Estado.  

Como emigrantes seguimos consternados o afundar das perspetivas dos nossos familiares e amigos que vivem em Portugal, com os quais continuamos naturalmente ligados. Esses problemas afetam também as nossas eventuais decisões de regressar, ou de investir no nosso país. Para além disso, como emigrantes, temos ainda problemas específicos cuja resolução  parece cada vez mais distante à medida que percebemos que as pessoas não são os recursos mais valorizados por este governo. Estes problemas incluem os seguintes pontos.

- A aberrante falta de meios do Consulado. É geralmente mais fácil viajar para Portugal do que tratar de qualquer problema burocrático através do Consulado. 

- O recenseamento ou o voto à distância através do Consulado, legalmente reconhecidos,  são na prática quase impossíveis de concretizar. A falta de informação, de meios e de recursos humanos formados para os incentivar é gritante.

- O ensino de Português para estrangeiros e para os nossos filhos está completamente esquecido ou se existe está escondido das pessoas a quem devia chegar.

- As discussões acerca da privatização da RTP preocupam-nos. Como emigrantes, temos a noção de que precisamos de vários serviços públicos essenciais que não podem ser medidos numa simples conta de subtrair receitas de despesas.

- Por todo o lado, vamos assistindo a uma crescente desvalorização do trabalhador português baseada em preconceitos dirigidos aos povos do Sul da Europa. São ideias completamente desfasadas da realidade, mas o Governo Português tem infelizmente sido cúmplice desses discursos racistas e nada tem feito para liderar a contestação a essas ideias que se vão espalhando pela Europa. Isso para nós é que seria representação política e é também para isso que elegemos um governo.

Como habitantes do Reino Unido assistimos diariamente nos média aos mesmos discursos “austeritários” do governo inglês que põe a dívida e a finança acima das pessoas, com dramáticas consequências sociais. Percebemos por isso que há uma opção ideológica por trás daquilo que nos é apresentado como única consequência da realidade.

Vimos apelar à sensibilidade social e valores humanistas de Vossas Excelências para que denunciem publicamente o ambiente de dificuldades extremas a que a maioria do povo português é indigna e injustamente sujeita. Esta situação afeta profundamente a Comunidade Portuguesa no Reino Unido, que vive um ambiente de profunda consternação, preocupação e humilhação perante as notícias que recebe diariamente pelos media e pelos seus familiares e amigos residentes em Portugal, com os quais mantém laços profundos, duradouros e fiéis. 

Estamos preocupados mas otimistas. Sabemos que temos um contributo importante a dar e que somos uma parte muito valiosa do mais rico recurso do nosso país: as portuguesas e os portugueses. Quanto mais grave a crise, mais crítico se torna garantir que esses recursos não são desperdiçados, mesmo que tenhamos que fazer alguns sacrifícios. Por isso achamos que o Presidente deve demitir o governo e convocar eleições, para que possamos escolher livremente novos governantes sem as inaceitáveis pressões a que fomos sujeitos nas últimas eleições.

Cientes de que esta declaração representa os interesses da maioria da Comunidade que Vossas Excelências servem, apelamos para que Vossas Excelências manifestem inequivocamente junto do Sr. Presidente da República Portuguesa o nosso desagrado em relação às actuais políticas de austeridade e às medidas tomadas quer pela União Europeia, quer pelo presente Governo de Portugal, a bem de um futuro digno para o nosso país.

Os Abaixo-Assinados,


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