E começou entao a estrada para o Mundial da Africa do Sul, com mais uma goleada frente a outra equipa dificilima, a seleccao maltesa, pondo a populacao rejubilante. De seguida Queiroz viu que a equipa estava a jogar bem demais e que nao estavam a jogar como ele queria, e num jogo em Alvalade frente a Dinamarca, Portugal estava a ganahr a 10' do fim, mas conseguiu perder por 3-2. Estava entao a seleccao a jogar como o "mister" queria, e assim continuou no empate frente a Albania e Suecia, ambos em casa e no banho de bola frente ao Brasil, por 6-2, no qual o filho prodigo aproveitou tambem para tirar um dos melhores guarda-redes nacionais, Quim, dos planos da equipa que se empenhava por arruinar. Seguiu-se um novo empate frente a Dinamarca, bem como duas vitorias a demolidora seleccao hungara e uma nova goleada aos historicos jogadores malteses. Queiroz falhava entao a missao de deixar Portugal fora do Mundial, mas tinha uma ultima hipotese frente a Bosnia, uma equipa que era tao ma que nem com as suas capacidades de treino conseguiu que Portugal vencesse. Mas acabou por ser bom, qualificamo.nos para o Mundial nos play-offs e ficamos em segundo num grupo acessivel (nao me venham dizer que a Dinamarca e a Suecia "estao numa boa fase").

A 10 de Maio de 2010 vimos mais uma fabulosa demonstracao de Queiroz e das suas capacidades de surpreender (e havia quem pensasse que ja tinha visto tudo), quando, num espectáculo maravilhoso (talvez para distrair as pessoas do verdadeiro motivo dessa festa), divulgou a lista dos 24 (sim, normalmente convocam-se 23, mas com o Sr. Carlos é sempre a somar...) convocados para o Mundial. Muitos destacavam as surpresas da presença de Daniel Fernandes e Ze Castro, eu destaco a (continuidade da) presença do seleccionador... Mas pronto, afinal, quem precisa do Quim ou do Rui Patricio quando se tem o Daniel Fernandes, fabuloso guarda-redes que e tao bom que e dispensado pelo Bochum? Melhor ainda: Quem precisa do Joao Moutinho ou Ruben Amorim quando se tem o Ze Castro?

 

E, no dia 15 de Junho, apos uma preparaçao com resultados pouco satisfatorios como a vitoria por 2-0 contra a China e o miseravel empate frente a equipa de Cabo Verde, Portugal media forças com a seleccao da Costa do Marfim. Um jogo que, se fosse ganho, abria-nos um caminho confortavel para a qualificacao. No entanto, o futebol defensivo e mau para o espectaculo de Carlos Queiroz nao conseguiu mais que um misero 0-0, pondo a equipa de todos nos com um caminho muito dificil para o apuramento para os oitavos-de-final. Seguiu-se entao o jogo frente a Coreia do Norte, ganho, e bem ganho, por 7-0 numa grande exibicao de Portugal, mostrando o que acontece quando se pratica um futebol ofensivo e positivo. Este resultado garantiu-nos em grande parte a passagem aos oitavos, mas o jogo frente ao Brasil ditaria qual das equipas acabava em primeiro lugar e quem ficava atrás. Podia-se dizer que o que interessava era que tinhamos passado, mas nao era bem assim. O primeiro lugar, caso chegasse a final, tinha apenas pela frente a Holanda, enquanto que o segundo punha-se no caminho de gigantes como a Inglaterra, Argentina, Alemanha e Espanha. No entanto, Queiroz nao arriscou. Tinha tudo para vencer um Brasil muito desfalcado, mas preferiu utilizar o seu tipo de jogo e contentar-se com um simples 0-0, mostrando assim a sua intencao de querer defrontar a que era possivelmente a melhor seleccao do Mundo, a Espanha.

 

E entao chegou o jogo contra a Espanha. Queiroz nao arriscou contra o Brasil, mas se queria seguir em frente teria de arriscar contra Espanha. Mas nao o fez. Espanha foi melhor, sem duvida, tinha melhor equipa, sem duvida, mas so ganhou porque deixamos. Carlos Queiroz sabia de antemao que um dos melhores jogadores espanhois, que acabou por marcar o golo, David Villa, ia jogar do lado esquerdo do ataque. Logo, o defesa direito escolhido para este jogo era essencial. Tinha em maos Paulo Ferreira, um defesa experiente; Miguel, um defesa tambem experiente que jogou com Villa varias temporadas no Valencia; e Ricardo Costa, um defesa inexperiente que tem ainda muito a aprender. E a verdade é que foi mesmo ele que acabou por entrar em campo. Quando o melhor jogador do adversario joga na mesma area que o nosso pior jogador, e previsivel que o adversario tenha ai uma grande vantagem.

 

Portugal estava entao fora do Mundial de Futebol de 2010. Da Africa do Sul nao trazia nada sem ser polemicas a volta de jogadores e fotografias tiradas nos safaris. Ainda assim, Queiroz falou aos portugueses no dia seguinte a eliminacao. Disse que nada estava perdido e que agora era tempo de se concentrar no EURO 2012, dando um discurso que dava a entender que o Mundial foi um amigavel de preparacao para o EURO demasiado sobrevalorizado. No entanto, muitos portugueses ficaram encantados com este discurso de Carlos Queiroz, perdoando-lhe os inumeros erros acima descritos. E tudo ficou calmo.

 

Ate que, um dia, surgiu um inquerito envolvendo Carlos Queiroz e possiveis insultos a membros da ADoP (Anti-Dopagem Portuguesa) aquando do estagio na Covilha. Tal coisa, independentemente da circunstancias, e sendo que nao foi insultado antes, é inadmissivel. E isto apenas junta-se aquilo que ha dois anos ja tinha acontecido quando o seleccionador agrediu um jornalista da SIC.

Todos ja sabemos daquilo que Carlos Queiroz e capaz de fazer. E se ninguem agir, se ninguem protestar, ele vai continuar ali a treinar (e pior: a escolher) aqueles que nos vao representar na Europa e no Mundo. E por isso temos que agir, e essa accao comeca com a assinatura nesta peticao. Pode ser um passo pequeno, talvez ate modesto, mas tudo vale a pena se e para por um novo treinador (seja ele quem for) nas redeas da Seleccao Portuguesa.

P.S: Nao uso acentos nem cedilhas ja que o programa nao me deixa